Desde 1996: O Tempo nas Mãos de Seu Elietivo
- Maiana Pinheiro
- 17 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de jun.

Seu Elietivo Firmino da Silva, de 78 anos, nasceu em 1947 e desde 1996 trabalha em sua pequena relojoaria no centro de Rondonópolis. Filho de uma família paraibana de 13 irmãos, chegou à cidade em um ano bissexto, no dia 28 de fevereiro de 1970 — data que, para ele, também marca um novo capítulo na história local.
Em uma época em que o que se quebra é rapidamente substituído em vez de consertado, o ofício de Seu Elietivo pode parecer fora de moda. Mas poucos lugares guardam tantas marcas do tempo como sua relojoaria.
Um detalhe curioso é o balcão onde ele guarda a maior parte das peças e ferramentas: feito nos anos 1960, pertencia a um comerciante conhecido como “o japonês”, dono de uma frutaria e padaria. Décadas depois, o balcão continua servindo, agora como testemunha silenciosa das histórias que Seu Elietivo coleciona.
Durante a visita, dois de seus amigos mais frequentes estavam por lá: um deles é filho do antigo dono do balcão e amigo de longa data do relojoeiro. O outro, Seu Valteir Firmino da Silva, além de ajudar na entrevista, também compartilhou memórias e detalhes da longa amizade entre os dois.
Entre risadas e lembranças, Seu Valteir e Seu Elietivo voltaram no tempo: falaram dos velhos jogos de futebol, das lojas que já não existem mais e da lendária “calçada de pedra” — o paralelepípedo onde viam a vida da cidade desfilar. Hoje, o chão é novo, mas as histórias continuam antigas. Como disse um dos amigos: “Eles estão aqui desde o tempo em que o Velho Barreiro era menino.”
Assim, entre ponteiros, engrenagens e conversas, Seu Elietivo preserva não apenas relógios, mas também um pedacinho da memória de Rondonópolis.








Como rondonopolitano, fiquei profundamente tocado com o trabalho da Maiana Pinheiro. Ela conseguiu retratar com sensibilidade a essência da nossa cidade e de figuras como Seu Elietivo. Agradeço por contar nossas histórias com tanto cuidado e empenho 👏.